quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Palmas.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009
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Saiu de lá porque não se sentia bem.
Tudo era muito superficial. Neguinho batia palma pra maluco dançar.
O senso de responsabilidade e de ridículo dela falava mais alto, por isso saiu.
Deslocada, com o orgulho ferido e o rabo entre as pernas, ela deixou aquele lugar.
Hesitou por algum tempo em girar a maçaneta.
Fechou os olhos e empurrou a porta.
O vento fresco da noite lhe deu "boas-vindas ao lado de fora".
Colocou o primeiro dos pés na rua e abriu os olhos.
A rua estava diferente, mais limpa.
O ar estava mais fácil de respirar.
Então ela olhou pra trás e se sentiu triste.
Não por ter se arrependido de deixar aquela sala.
Mas por ter percebido o tempo que passou ali.
Sem ser vista.
Sem nem tomar um drink.
Sem ninguém sentar-se ao seu lado e tomar sua mão.
Sem ter batido palmas pros malucos dançarem.
Sem ser maluca.
Sem dançar.

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0 luz(es) no fim do túnel: