segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A margem

segunda-feira, 19 de outubro de 2009
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Não tem confusão.
O objetivo é claro.

Mas e se tudo isso pelo que você luta já não existir mais?
Não consigo enxergar.
Aonde se escondeu?

Idealizar algo, projetar algo e encontrar nada disso é frustrante.
Não consigo achar o fio da meada.
O ponto certo que me levará ao que venho buscando nos últimos meses.
Sinto-me tão mal.

Não sei se estou é batendo na porta errada...
Parece que sim.

Se o que quero não é mais o que tenho.
Se o que tenho já não é mais o que tive.

Creio que as pessoas mudem.
Creio que mudei para mim mesma e para além.
Não me veem mais como d'antes.
E os outros também mudam.
Mudam muito.
Cabe a nós aceitar ou não essas mudanças.
Os encaixes são outros.

É ruim quando a gente não acompanha.

É como um barco solto na correnteza.
E por mais que queiramos nos reaproximar da margem de onde viemos, a força da água nos leva.
Remo e remo contra e não saio do lugar.
Nem para trás e nem para frente.

Está perto. Ainda vejo a tal margem.
Mas será que eu voltarei a pisar nela um dia?

É de uma angústia!
Coloquem-se nessa situação.

É como uma mão em apuros que tenta alcançar a outra, mas não consegue.
E se estica.
E se fere sempre.
E se sente impotente.
E se sente vazia.
E tenta.
E enfrenta.
E cansa.

A mão continua esticada.
Quisera poder esticar mais.

Não sei como terminar este texto.
Há tanto a dizer.
Há tanto sentimento.
Eu sinto muito.
Muito mesmo.
E sinto por alguém que estava lá perto daquela margem.
E eu nem sei mais se ele existe.
Pois agora e daqui não consigo mais vê-lo.

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0 luz(es) no fim do túnel: