terça-feira, 30 de junho de 2009

Sobre privacidade na rede

terça-feira, 30 de junho de 2009
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Pessoas...

Saiu um artigo na Folha Teen (ok, Folha... Detesto, mas é útil) que é importante e remete ao meu post sobre liberdade de escolha e internet.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm2906200905.htm

Como nem sei se esse link funciona mesmo, porque nem todo mundo é "Assinante UOL", copio e colo aqui no blog.

A matéria é de autoria de Ronaldo Lemos. Toda e qualquer informação ou manifestação é de responsabilidade do autor.

"Tiro Pela Culatra"

"A garota chega em casa depois do colégio e resolve baixar algumas músicas para ouvir enquanto faz a tarefa.

De repente, começa a receber cartas do provedor, que está espionando o que ela faz na rede. Na terceira carta, a conexão é cortada, a família é banida da internet e proibida de contratar outro provedor. E ainda tem que continuar pagando o provedor "dedo-duro" por um ano, mesmo sem ter acesso ao serviço.

Parece uma cena de ficção científica em que as pessoas são vigiadas e punidas sem julgamento ou processo. Mas é o que a França tentou tornar realidade, ao aprovar a Lei Hadopi, que fazia exatamente isso.

Só que, dias depois de aprovada, ela foi julgada inconstitucional e invalidada pelo Conselho Constitucional. O conselho considerou que a lei não servia para proteger os direitos autorais, mas sim para eliminar garantias
fundamentais. De acordo com a decisão, a lei violava o direito à privacidade, o princípio de que todos são inocentes até serem julgados culpados e o direito de ser julgado por um juiz antes de receber qualquer
punição.

E o mais importante: o conselho entendeu que o acesso à internet é um direito universal que deve ser assegurado da mesma forma que o direito à educação. Queimação de filme para a França e para o presidente Sarkozy, que se empenhou pessoalmente em aprovar a lei.

Só que agora, o que não deu certo na França corre o risco de acontecer no Brasil. O deputado paulistano Bispo Gê Tenuta (DEM) acaba de propor uma lei que copia a francesa. Por ela, os provedores tornam-se "polícia" e ficam obrigados a cortar a conexão de quem compartilhar arquivos. E não para por aí. As associações que representam o cinema americano (MPA) e as gravadoras multinacionais (ABPD) estão negociando com provedores no Brasil para fazer algo parecido.

É uma pena. Em vez de gastar energia construindo um modelo econômico que possa competir com a pirataria, gasta-se tempo e dinheiro enormes para criar medidas que depois serão julgadas inconstitucionais, tal como na França. Não é por menos que um movimento político está surgindo em várias partes do mundo contra isso. O Partido Pirata da Suécia acaba de conseguir dois deputados no Parlamento Europeu. E isso é só o começo.

É necessário se posicionar nessas horas, o direito à privacidade não pode ser violado dessa forma! Na França foram muitas as reações, o site do deputado é esse aí :

http://www.bispoge.com.br/bispoge.php

basta entrar e mandar uma mensagem para ele. quanto mais melhor !

encher a caixa dele é a missão !"

Comentários e troca de informções são bem-vindos.

END OF MESSAGE...


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Eu

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Dom Quixote lutando contra os moinhos de vento...

Afinal, o que é a vida se não um bando de moinhos os quais fantasiamos de gigantes?

As pessoas seriam mais felizes se não fantasiassem seus moinhos, deixando tudo mais simples, aproveitando melhor o tempo que ainda temos por aqui.

Mas por mais que percebamos que os gigantes se tratem de moinhos de vento, não damos o braço a torcer. Inventamos uma desculpa, culpamos o cara do lado.

É mais fácil culpar a vida pelas coisas que deixamos de fazer.

É mais fácil culpar o outro e esperar que ele tome primeiro a atitude que não tomamos.

Luto entre moinhos e gigantes. Porém, ainda não descobri se os gigantes com os quais luto são mesmo gigantes ou não passariam também de velhos moinhos de vento, assim como os outros que já deixei pra trás...

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

MegaNão! *** NÃO AO AI-5 DIGITAL! ***

sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Queridos leitores deste humilde blog!!!

Conforme já tinha me manifestado em post anterior, aí vai mais um aviso!

Pra quem mora no Rio, ou está por aqui, e se mobiliza com a causa, leia com carinho o post abaixo.

A fonte é o blog Trezentos.

http://www.trezentos.blog.br/

Façam como eu e divulguem!!!!!!!!!


MegaNão! no RJ

ATO PÚBLICO CONTRA O AI-5 DIGITAL NO RJ

* Contra o Projeto de Lei do Senador Azeredo
* Em defesa da liberdade e privacidade na Internet
* Pelo livre compartilhamento e troca de arquivos

O Rio vai dizer um Mega Não!

Dia 01 de julho - 18 horas
Auditório da Associação Brasileira de Imprensa - ABI

R. Araújo Porto Alegre, 71 - Centro - Rio de Janeiro - RJ

Apoio:

Deputado Estadual Alessandro Molon
Deputado Federal Jorge Bittar (licenciado)
Deputado Federal Paulo Teixeira

Convocatória:

Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital - ABCID
Associação Brasileira de Imprensa - ABI
Central Única dos Trabalhadores - CUT
Centro de Ação e Comunicação Comunitária - CENACOC
Coletivo Ciberativismo
Coletivo Digital
Coletivo Intervozes
Conselho Regional de Engenharia do RJ - CREA-RJ
MegaNão!
Projeto Software Livre - Brasil
Setorial de TI do PT do RJ
Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro
Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Sintufrj
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do RJ - Sisejufe
União Estadual dos Estudantes - UEE - RJ
União Nacional dos Estudantes - UNE

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Participem!!!!!!!!!!!

E se não puderem ir, divulguem!

Por nossa liberdade de escolha e acesso à cultura!

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

RIP

quinta-feira, 25 de junho de 2009
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Foi o Cazé que me contou.
Daí eu não acreditei.
Achei que era Pegadinha do Mallandro, rá!

Mas não era, não!

Michael Jackson foi embora mesmo!

Ainda meio chocada pra escrever qualquer post decente, só gostaria de não deixar esse momento passar batido.

"Tamo junto, Michael!"

[Todos clamando por uma festa temática com todos os sucessos de MJ!]

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Do rabão ao cotoquinho em uma canetada!

quarta-feira, 24 de junho de 2009
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Hoje resolvi colocar aqui um pouco de meu descontentamento com as iniciativas dos políticos do nosso país.

São muitas, mas hoje resolvi falar só um pouco, de um tópico somente.

Falo desse problema todo que tem sido a proposta de corte das P2P e do monitoramento por parte dos provedores em relação às atividades de seus usuários.

Tem toda a questão do direito e tal.
Mas quem é "lesado" por todos esses downloads não é o autor, e sim a distribuidora/gravadora/editora. O direito patrimonial.
Esses caras são responsáveis por produtos extremamente caros, inacessíveis para a maioria da população do Brasil, tornando os bens culturais algo excludente.

Que a cultura anda elitizada, isso todo mundo já tá careca.
Vamos deixar isso pra outro post e falar somente do download de filmes, músicas e obras literárias.

Tá rolando um projeto de lei no Senado que pretende bloquear as rede P2P, acabar com o avanço da internet wireless e exigir que os provedores deem parte de seus usuários, como se todos nós, usuários de internet, fôssemos criminosos em potencial.
O responsável pelo substitutivo que propõe essa sandice é o Senador Eduardo Azeredo do PSDB de Minas Gerais.

O que este figura tem na cabeça?
Tá achando bonito copiar iniciativas de outros países já muito bem desenvolvidos e trazer pra cá, sendo que os modelos são flagrantemente diversos?
Dizer que é por conta da atividade de hackers e pedófilos/consumidores de prostituição não é motivo, visto que essa gente vai continuar a atuar na rede, trazendo um malefício para nós, consumidores de cultura.

Isso destrói nichos muito pequenos de mercado, mas que de qualquer forma ainda encontram vazão em consumidores muito específicos.

Um exemplo disso é a cantora Cat Power (canso de usar esse exemplo).
Alguém aqui, for fuck's sake, conheceu ela pela rádio há mais de 10 anos?
Alguém por algum acaso via o CD dessa mocinha rodando as lojas de música, tipo bombando, há mais de 8, 6 anos?
Ela foi conhecida pelos downloads e sites da Internet, oras!
Sem isso ela ia demoraaaaar a pegar ou talvez nem fizesse o sucessinho que faz.
A resposta para isso tudo é: a cantora faz parte da inúmera quantidade de artistas da "Long Tail".

"Long Tail" ou Cauda Longa é o termo utilizado para uma situação de mercado onde existe uma procura ELEVADA para um conjunto PEQUENO de produtos (Zezés DiCamargo da vida) e uma procura REDUZIDA para um conjunto bem VASTO de produtos (Cat Powers da vida e outros tantos indies).

Saiba mais em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cauda_Longa

Quer dizer então que, aprovando esse disparate, vão cortar a cauda e deixar só o cotoquinho, como fazem com os cachorrinhos de madame?

Porra!

Tenha santa paciência!
Eu não sou obrigada a ter minha escolha castrada, minha cultura limitada!

A internet é o contrário dessa patifaria toda.
São portas abertas ao mundo.
Tem gente que não conhece nem nunca vai conhecer o país vizinho, mas quer ter acesso ao filme do cara lá do interior do país que fez um longa bacana.
Outros gostam de música japonesa, mas têm dificuldade de achar lojas com tal produto e precisam baixar os álbuns pela internet pra conhecer o artista.

Não! Eu não admito que me fechem as portas na cara!
Não quero esse protecionismo barato limitando minha liberdade de escolha!
Não quero que esse projeto de lei seja aprovado!

Há uma petição rolando na internet e quem se interessar, por favor, faça parte!

http://www.petitiononline.com/veto2008/petition.html

A todos desejo uma boa semana de muita leitura, música, filmes, etc! Com liberdade de escolha!

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UPDATE

Iniciativa legal do Mos Def e, futuramente, da mocinha Santigold e de tantos outros...

http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL1205277-7085,00-RAPPER+MOS+DEF+LANCA+DISCO+EM+CAMISETA.html

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

ANTI-

segunda-feira, 22 de junho de 2009
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Isso não é uma crítica de teatro.
Não pretende ser.
Mas não resisto a pequenos comentários.

Ontem fui com meus amigos assistir a peça "ANTI-DINHEIRO GRÁTIS" do Michel Melamed, no SESC Ginástico.

Indiferença é uma palavra que não define a reação de quem a assistiu.
Por mais ainda em processo de digestão que a pessoa esteja, indiferente ao espetáculo ela não está.

Quem foi àquele teatro esperando ver "DINHEIRO GRÁTIS" se ferrou.
Mas se ferrou muito bonito.
Como diria Melamed, tomou no cu.

O "ANTI" era a pista que quase ninguém percebeu.

Esse prefixo, anti, permeou a peça como um todo.

(não tô ligada nas novas regras da ortografia)

O anti-espetáculo, o anti-autor, o anti-espectador, o "anti-espectautor"...
O que mais chocou a platéia foi o anti-clímax.

Melamed fez um meneio com a cabeça e se foi, passada uma hora de peça, de uma hora e meia informadas quando da compra do ingresso.

Bela forma de tacar fogo no dinheiro de alguns?
Talvez.

Já que a censura invísivel - mas bem tangível - que temos por aí tratou de tacar fogo no espetáculo, que tal tentar tudo isso de uma forma alternativa?

Quase metade da platéia, ou mais, despendeu essa meia-hora restante sentada nos bancos do Teatro SESC, perplexa. Esperando que ele voltasse. Que fosse só uma pegadinha (rá). Esperavam que ele voltasse, jogasse dinheiro pro alto, fizesse palhaçada, fizesse rir, tacasse fogo na cartola e arrancasse meia-hora de palmas daquela deslocada platéia.

Deslocar: foi isso que ele conseguiu.

O banco do teatro ficou desconfortável. Estar dentro de você mesmo se torna desconfortável.

Muita gente que estava ali não pegou o que Melamed fez.
A peça não era engraçada, não totalmente.

Não é pra rir da ditadura.
Não é pra rir do tráfico de drogas.
Não é pra rir do ator.
Não é pra rir da ganância.
Não é pra achar que deve ficar rindo toda hora, por qualquer coisa.

É pra pensar.
É pra acordar hoje e pensar.
É pra acordar amanhã e depois e pensar.
É pra colocar a mão no bolso, pegar seu dinheiro e pensar.

Porque o público em geral não pensa.
Quem estava ali de primeira viagem não embarcou.
Quem é teatro-adicto não viu mais do mesmo e se frustrou.
Quem tava de fora viu melhor.

Agora o que existe é um mar de especulações.
Porque ele agiu assim, porque ele fez assado... Porque ele não fez.
E não tô a fim de ficar aqui especulando, especulando.
Tô a fim de jogar pro alto.

Um tiro no pé?
Pode ser.
Proposital?
Quase certeza.

Se em "Dinheiro Grátis" a 4ª parede caiu na cabeça de Melamed, em "Anti-Dinheiro Grátis" esse muro cai em cima do público.

Bem em cima do público.

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Que tempo?

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A gente ainda vai ter muito tempo...



Tenho medo dessa frase. Não sei bem por quê, mas eu tenho.


Talvez por quê eu esteja acostumada a um ritmo de vida onde tudo pode mudar de uma hora pra outra.
Tudo prematuro.
Nada tem sido muito constante ultimamente.
Tudo corre, tudo passa. O tempo voa.

E esse tempo? Aonde está?

Está longe? Está perto?

Mas como a gente sabe que tudo não vá acabar amanhã?
Ou daqui um segundo?

Tenho medo de tudo escapar por dentre meus dedos.
Tenho medo da efemeridade das coisas boas.
Tenho medo de querer demais.
Quero sempre fazer acontecer, mas só eu fazendo força não é suficiente.

Sozinha. Aqui não tem nem eco que responda.

Quero tudo pra hoje.
Quero tudo pra sempre.

[não tenho medo de sentir medo]
[quando se teme alguma coisa é porque existe algo na nossa vida a que damos valor de verdade]

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domingo, 21 de junho de 2009

Dica quentíssima de filme pra vocês!

domingo, 21 de junho de 2009
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Pessoas, então...

Lembram do post sobre continuidade?

Pois bem...

Dia 7 DE AGOSTO estreia "Um Romance de Geração", filme em que fiquei responsável pela continuidade.
Ele é dirigido e roteirizado por David França Mendes e tem a atuação de Isaac Bernat, Nina Morena, Lorena da Silva e Susana Ribeiro.

Ele é bem descontínuo, mas faz parte da brincadeira...
Começar fazendo continuidade com um filme propositalmente descontínuo não é fácil...
Organizar a continuidade dentro da descontinuidade. Praticamente o que eu chamo de um "exercício antropológico". Hahaha.

Estará em toda a rede Estação!!!

Segue aí em baixo o trailer pra vocês verem!
Está bem bacana! Fiquei mega feliz com o resultado!
Finalmente um filme nacional realmente engraçado!
Nossa querida "chanchada-cabeça"!

Ah, e pra quem gosta de leitura, nada melhor do que completar o pacote!
Leiam a obra que inspirou o filme!
"Um Romance de Geração" de nosso queridíssimo Sérgio Sant'Anna!



Sucesso no Festival do Rio e no de Paris, agora nos nossos cinemas!!!!!!!!!
Rio e São Paulo!
Acompanhe a programação do cinema Estação mais próximo de você!

http://www.estacaovirtual.com.br/

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sábado, 20 de junho de 2009

O Pebbles de cada um de nós

sábado, 20 de junho de 2009
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Hoje ao ler O Globo me deparo com esta "notícia célebre":

"Susan Boyle é afastada de mais um show depois de surto"

"Susan Boyle foi afastada de mais um show da turnê do programa "Britain's got talent" na noite de quinta-feira, depois de ter sofrido um surto no hotel em que estava hospedada em Liverpool, na Inglaterra.
Os produtores alegaram que a cantora estava "muito cansada". As informações são do jornal "The Daily Mail".
A cantora foi vista gritando por seu gato, Pebbles, na varanda de sua suíte que dava para o átrio, no oitavo andar do hotel Radisson SAS na tarde de quinta.(...)
(...) vários hóspedes do hotel afirmaram ao "The Daily Mail" que Susan havia gritado várias vezes "Onde está meu gato?" em sua varanda durante a tarde de quinta.
O porta-voz não informou quando Susan voltará a integrar a turnê, que passa pela cidade de Nottingham no sábado, antes de seguir para Londres no domingo."

Sério, dessa vez eu fiquei com pena da Susan...

Daí isso me fez pensar: Quantas vezes, cada um de nós, pelo menos uma vez em nossas vidas já não chamamos, gritamos "por nosso gato"?

A cabeça vai tão longe, certos acontecimentos e sensações tomam uma proporção gigantesca e o surto é inevitável.

A necessidade por qualquer coisa que nos seja cara - um gato, um amor, um emprego, uma mãe, um telefonema, estabilidade -, enfim, cresce tanto que se agiganta sobre nós, como um moinho de vento quixotesco.
É tudo muito rápido e intenso. Por vezes não entendemos como começou e como terminou.

Parece algo externo a nós que nos invadiu.

Mas pelo contrário. Creio que isto esteja mais dentro de nós do que imaginamos.
Dentro, mas tão dentro que nos tornamos incapazes, em meio nossa ignorância e displicência diária com nós mesmos, de perceber e de cuidar desse algo. Desse "ser" dentro de nós que clama por nossa atenção e vez ou outra irrompe por nossos poros, boca, olhos e ouvidos. Nos estupra de dentro pra fora, como num enorme vômito involuntário e flagrantemente necessário.

Não sei de que forma expulsar isso, nem sei se há formas de conseguir tal intento.
Por mais que façamos todo e qualquer tipo de atividade expurgante - ouvir música, malhar, cantar, transar, escrever, correr, gritar, etc -, ele sempre volta. Está lá, como um geiser prestes a jorrar.

Talvez seja algo indelével. Intrínseco, faz parte do pacote. Faz parte da graça da viagem.

Se nos faz sentir vivos?
Talvez.

Talvez a quase morte do vazio que dá nessas indas e vindas da alma nos faça perceber com mais clareza o fundo do abismo depois que tudo passou.

E sorrir, vendo que a vida voltou e que tudo (será?) não passou de um simples grito da alma.

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Jeito pra coisa

sexta-feira, 19 de junho de 2009
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Em 2006 descobri o que é ser CONTINUÍSTA.

Uma ousada oportunidade que tive. A primeira vez e já em um longa-metragem.
Pode parecer pouco tempo que se passou, mas arrisco dizer que, quando se é novo, aceita-se os desafios de peito mais aberto.
E foi assim que eu fui. Sem medo, mas hiper ansiosa.
Meu primeiro longa também!

Continuidade é uma bela função. Infelizmente, não é pra qualquer um.
Essa foi a primeira coisa que eu aprendi.

Costumo dizer que o continuísta é o "estraga-prazeres" do set.
Quando estão todos lá vibrando com uma atuação maravilhosa, um movimento de câmera impecável, lá vai ele nos seus poréns...

- Olha, não levem a mal, mas...

Mas a atriz errou a deixa, o boom entrou em quadro, o cigarro apagou, o câmera apareceu no espelho...

E a equipe inteira vai ao chão.
E não acredita.
E quer rever no video assist.
E confirma.
E roda o Take 2...

O trabalho de um continuísta é como entrar em um panóptico.
É como possuir os mil olhos do Dr. Mabuse...
Deve-se dar conta de tudo e todos. Não se esquecer de acompanhar cada segundo.

Entre algumas das funções, estão:

-Acompanhar o roteiro;
-Escrever a claquete;
-Cronometrar os planos;
-Preencher o boletim de continuidade (anotando enquadramento, ação, personagens, observações, deixas, avaliação, minutagem...);
-Preencher o boletim de câmera (lente, rolo, chassis, diafragma, observações para laboratório...);
-Acompanhar a metragem do negativo e alertar quando estiver no final;
-Cuidar da identificação das fitas/rolos;
-Fazer carta de rolo;
-Tirar fotos do cenário, personagens, figurino e tudo que entrar em raccord;
-Acompanhar os vários tipos de raccord e evitar quebras de eixo...

Ai, chega! É tanta coisa!
E quase tudo isso só entre o ação e o corta...

Quem olha assim pergunta: "Mas por quê você faz isso?"
E eu sei lá!
Só sei que eu faço e descobri em mim um estranho talento para isso...

Espero que o próximo filme seja sempre melhor do que todos os outros.

Mas cada filme é um desafio diferente e em cada um deles entro com um diferente frio na barriga.

Que continue assim!

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Grão

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"A auto-confiança é o primeiro requisito para grandes realizações".


Essa foi a frase que me cumprimentou na manhã de hoje.

Que é um requisito importante, não nego.
Mas por mais auto-confiante que alguém seja, não seria mais importante ainda a confiança nos outros?

Assim, vejamos.
Por mais força na peruca que tenha uma pessoa, não parte somente dela o poder de modificar sua vida. Creio que uma grande porcentagem disso seja mesmo uma forcinha do mundo ao redor.

Daí fico matutando aqui e chego num ciclo vicioso.

Se eu tenho muita confiança em mim mesma, se eu tenho muitas realizações por realizar, se eu não confio quase nada no que diz respeito ao outro e na maioria das vezes creio que ele nada fará por mim, como chegar nas grandes realizações???

"Quem espera sempre alcança" pra mim ou é papo de mesa de bar ou de leito de hospital público...

A quem espera sempre chega alguma coisa, boa ou ruim, pois teve tempo suficiente de alguma coisa, por mais reles que tenha sido, lhe acontecer.

Concluo portanto, após "larga meditação" que:
devemos fazer acontecer em nossas próprias vidas, porém, mais importante que isso, devemos estender nossas mãos e nossas pobres palavras a outras pessoas, por mais insignificantes que talvez pensemos ser, pois só assim faremos acontecer na vida do outro.

Por vezes, uma única palavra, uma demonstração de carinho ou de se importar, um telefonema, uma indicação, um bom dia, um aperto de mão mais firme...

Uma série de pequenezas que para nós de nada importaria ou custaria pode ser o tijolo que faltava pra alguém completar o muro de uma grande realização ou de simplesmente fazer daquele dia um dia mais feliz.

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quinta-feira, 18 de junho de 2009

Pequena observação observada

quinta-feira, 18 de junho de 2009
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Dez horas.

Time to take my pill.

Reparei ao tirar da cartela que ela era a pílula de n° 22.

(certas pílulas vêm numeradas pras mocinhas não errarem os dias!)

Daí me vem à cabeça:

Será que é essa que vai me curar ou é a que vai me deixar maluca de vez???

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Tarja Preta

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Só pra deixar esclarecido logo de início, este blog, em um primeiro momento, é simplesmente terapêutico.

Acredito que a escrita pode me salvar do fogo do mármore do inferno que é se deixar abater por aquele bando de coisas ruins que acontecem para todo e qualquer ser-humano e, assim, acabam por tirar o brilho de todas as outras coisas bacanas que acontecem ao redor.
Como eu me recuso a tomar tarja preta, estou tentando achar maneiras alternativas de expurgar os males da alma e, assim, perder umas gramas (ou quilos) que estão se sobrepondo àquelas 21 gramas que chamamos, carinhosamente, de VIDA!

Aos queridos amigos e leitores, obrigada pela presença.
Voltem sempre que desejarem.

PS: tratando-se de um blog escrito por um ser completamente normal, leia-se,
desequilibrado,
pode ser que eu desapareça e não poste nada por um tempão.
Pode ser também que eu escreva litros em um só dia.
Vai depender da sua sorte...
Ou do seu azar.

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Diploma-Miojo

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Só pra não deixar todo esse frisson passar batido...
Não poderia deixar de me expressar neste momento tão delicado.
Se agora qualquer um pode ser jornalista...

Não há mais motivo para reclamar do Lula.

Agora ELE tam
bém pode ser jornalista!

(o equivalente a um diploma de universidade em uma canetada!)

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Use Your Illusion

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Sem bafo de manhã, sem cicatrizes, sem celulite ou barriguinha de chopp. Todas as marcas e traços indesejados são prontamente aniquilados pelo PhotoShop.

De modo geral, relacionar-se virtualmente através de Orkut, MSN, que o valha, é muito cômodo. Perigosamente cômodo.

O sujeito está lá, olhando por aquela "janelinha mágica" que dá todas as respostas para tudo que ele deseje ou não saber.
E lá estão também eles, seus amigos virtuais! Todos tão bacanas, de bom gosto, sexies e inteligentes!

O ponto não é julgar as pessoas que se relacionem virtualmente, até porque eu também o faço.
A questão que levanto é: Será que não levamos essas trocas a sério demais? Até que ponto essas relações se aproximam do real?
Não queria chegar num lugar-comum macluhaniano, mas real não é virtual, amigos meus!

Façamos uso de um personagem hipotético, porém bem possível.
Ele lá, no conforto da sua solidão, tem a ilusão de que a pessoa com quem troca sinais binários o faz menos só.
Ele, então, fantasia esse alguém da forma que lhe aprouver, cria um ser agradável de se relacionar, para o bem ou para o mal. Praticamente um tamagochi.
Sua carência o faz encaixar as peças que quiser, aonde quiser e como quiser. Mais ou menos como num quebra-cabeça dos sonhos onde qualquer peça combina perfeitamente com qualquer peça.
Não é mais fácil?

Tem gente que usa a expressão, entrar no computador, e não é à toa. Parece que entrando no dito cujo, a pessoa se sente mais protegida.
Neste mundo, você pode se inventar, reinventar e se enfeitar da maneira que bem entender. Mas lembrem-se:

o homem que diz "dou" não dá,
porque quem dá mesmo não diz.
o homem que diz "vou" não vai,
porque quando foi já não quis.
o homem que diz "sou" não é,
porque quem é mesmo é "não sou".
o homem que diz "estou" não está,
porque ninguém está quando quer

Quase ninguém, quando está online, deseja exaltar qualquer defeito de sua personalidade, vilania ou fraqueza de caráter.
Everything was about being cool.

Eu, de fato, espero que essa gente toda com as quais nos relacionamos na esfera virtual sejam realmente bacanas...
A questão é que eu ainda prefiro arriscar na vida de "verdadinha" e me machucar, ver o quanto sangra.
A "vida virtual" é mais simples, sem dúvida. Tudo se resume em enviar, adicionar, excluir, bloquear, deletar...
E se ausentar, mesmo que você ainda esteja lá.

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33

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Sabe quando o médico vira pra você e pergunta:
"Então, aonde dói?"
e você não faz vaga idéia de onde vem aquela dor, só sabe que está lá dentro, em algum canto, e você não sabe muito bem onde nem o porquê?

De vez em quando a gente se sente assim,
uma tristeza que não se conhece o motivo,
alegria sem razão,
uma saudade não se sabe de quê,
um algo a dizer sem nada a dizer.
É por isso que criei esse espaço!
Bem-vind@!

Fiquemos eu e você, portanto, na meia-luz deste blog, discutindo o que quer que seja.

Se acabar a luz e você ainda estiver por aqui, podemos brincar de gato-mia.

;)

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